sexta-feira, 28 de março de 2008

Tibete: Monges tentam suicídio

Notícia em "Portugaldiário"

"Tropas chineses cercam mosteiros, após três dias de manifestações

Fotografias

A tensão no Tibete aumentou esta sexta-feira com dois monges a tentar o suicídio e as autoridades chinesas a fechar mosteiros após três dias de manifestações contra a administração chinesa na capital, Lhasa, divulgaram organizações internacionais pró-Tibete.
«Os dois monges que aparentemente tentaram o suicídio foram identificados (...) estão em estado crítico e têm pouca probabilidade de sobreviver», disse a organização Campanha Internacional pelo Tibete, sedeada em Londres, que citava testemunhos divulgados pela Radio Free Asia (RFA).
Monges em estado grave
De acordo com a RFA, rádio financiada pelo governo dos Estados Unidos, os dois monges correm risco de vida depois de terem cortado os pulsos numa aparente tentativa de suicídio. Segundo a Campanha Internacional pelo Tibete, os monges que pertencem ao mosteiro de Drepung, um dos maiores do Tibete, situado perto de Lhasa, foram presos, mas as autoridades chinesas negam essa informação.
Organizações internacionais afirmam que a revolta que gerou os protestos dos últimos dias já alastrou a outros mosteiros da província vizinha de Qinghai.
«Há uma atmosfera crescente de medo e tensão em Lhasa no momento», referiu à imprensa estrangeira Kate Saunders, porta-voz da Campanha.
A resposta inicial das autoridades chinesas aos protestos foi mais discreta que no passado, mas a polícia já começou a interrogar os monges individualmente, acrescentou Saunders, em Londres.
Os grupos pró-Tibete e a Amnistia Internacional divulgaram na quinta-feira que a polícia chinesa usou gás lacrimogéneo e bastões eléctricos, e que prendeu mais de 50 monges, para travar as manifestações na capital.
Os militares chineses mataram dezenas de milhares de tibetanos na revolta de 1959, segundo a página de Internet do governo tibetano no exílio.
Centenas em protesto
Centenas de pessoas juntaram-se na capital tibetana em novas manifestações lideradas por monges budistas contra a administração chinesa no Tibete, queimando carros da polícia, com a tensão a aumentar na região, informou a Radio Free Ásia.
Uma mulher tibetana com familiares em Lhasa, capital do Tibete, disse à rádio que «as manifestações têm já centenas de pessoas, incluindo monges e civis». «Os manifestantes queimaram carros da polícia e do exército no centro de Lhasa».
«Há uma atmosfera crescente de medo e tensão em Lhasa no momento», disse à imprensa estrangeira Kate Saunders, porta-voz da organização Campanha Internacional pelo Tibete (CIT), sedeada em Londres. «Muitos outros monges estão também a ferir-se a si próprios em desespero», disse uma fonte anónima à Rádio Free Asia.
Tensão no Tibete pouco antes dos Jogos Olímpicos
De acordo com a CIT, as manifestações espalharam-se já também aos mosteiros de Reting e de Ganden, para além de Sera, os mais importantes mosteiros da região, chamados «três pilares do Tibete».
As manifestações voltam a por em causa a forma como a China administra o Tibete, poucos meses antes dos Jogos Olímpicos de Pequim 2008, que decorrem entre 8 e 24 de Agosto.
Na segunda-feira, o Dalai Lama voltou a insurgir-se contra o que considera serem «inimagináveis e enormes» violações dos direitos humanos cometidos pela China no Tibete."

sábado, 22 de março de 2008

sábado, 15 de março de 2008

Aluguer e hipoteca de valores (excerto)

A necessidade de jogar futebol, cair, rasgar um joelho, torcer um pulso, jogar basquete, ir a praia está a ser esquecida pelos que planeiam o nosso ensino e parece que tudo é substituível por um processador, placa gráfica, ecrã, teclado e rato. Está muito errada esta concepção. As novas tecnologias, ainda que essenciais, não devem ser assumidas como, sequer, importantes para o crescimento saudável de uma criança. São, somente, um instrumento que facilita e torna mais rápidos alguns dos nossos objectivos.

A falta de cultura da escola preocupa-me, igualmente. Não se vê a necessidade de ir a Serralves, saber quem é o Richard Serra, ou a M. H. Vieira da Silva, de ir a Casa da Música para conhecer a música clássica, o jazz, o rock, o popular e a electrónica, nem de ir a Casa das Artes, ou do Cinema. Ninguém pensa hoje levar os alunos de uma escola a conhecer as origens da cidade do Porto. Nada interessa para além dos electrões, da Arquitectura Românica, das nuvens na geografia e temperaturas médias anuais. Mas convençam-se de que isso não vale nada. Que aí está a origem da ‘estupidificação’ da nossa sociedade.

O País está a ser incompetente nas oportunidades que dá aos seus jovens porque não os conduz à multiplicidade, multiculturalidade, diversidade, pluralidade e porque promove uma cultura ‘plastic and fast’. Está a demitir-se de oferecer oportunidades porque é mais fácil o que está mais evidente.
Pedro Bragança

sábado, 8 de março de 2008

De facto, é, contemporaneamente, feita uma associação do velho ao inútil, feio, estorvo e acabado, e, naturalmente, ninguém tem vontade de se encontrar nessa posição. Assim, porque não utilizar as tecnologias disponíveis no sentido de parecer mais jovem, de parecer irmã da minha filha? Porque não utilizar essas tecnologias para escolher o corpo que mais desejo como se de uma busca de um corpo à la carte se tratasse? Com efeito, o tempo somatiza-se modificando de tal forma as nossas formas corporais que basta a imagem destas para que consigamos perceber a idade do outro. E, referindo Garcia e Lemos (2005), na busca incessante da eternidade, o homem moderno tudo faz para que não se evidencie as permanentes marcas do tempo, tentando assim iludir aquilo que é inexorável e, até hoje invencível (referimo-nos aqui à coordenada antropológica tempo que, ao contrário da coordenada espaço, não foi, ainda, controlada pelo homem). Por outro lado, o desporto, contemporaneamente, multiplicou-se e começou a considerar, de igual modo, práticas onde a estética surge sem receios ou falsos pudores (Garcia e Lemos, 2005). Nestas incluímos, tanto as novas modalidades de fitness, como a aeróbica, o Body Combat ou o Pilates, como aquelas mais tradicionais que competem na busca da sua estetização, como é o caso do voleibol (com a alteração de forma substancial das formas da indumentária) ou o ténis (com a aparição destas jovens jogadoras do Leste da Europa).
Então, reflectindo, será o corpo, no desporto contemporâneo, visto enquando meio para alguma prática ou será exaltado apenas como um fim?

sábado, 1 de março de 2008