sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

O mercado do Bolhão

50 000 assinaturas para impedir a sua demolição

O mercado do bolhão, localizado na baixa portuense numa zona, tradicionalmente, de lojas de produtos alimentares, é uma referência cultural da cidade do Porto; é o mercado de vivências ricas de côr, aromas, carinhos e pregões ; no entanto, está em vias de ser demolido.
O Bolhão, cada vez mais degradado, estava a necessitar de obras de reabilitação, tendo sido apresentada, na década de 90, uma proposta que mantinha o mercado vivo. Em 2007, a Câmara Municipal abre concurso, e entrega a exploração do mercado a uma empresa holandesa que se propõe demolir o interior para construir um centro comercial, deixando só 3% do seu espaço ao comércio tradicional. O povo do Porto não está de acordo e vai entregar na Assembleia da República uma petição onde manifesta a sua discordância e solicita às entidades competentes o impedimento de tal acto.
O mercado do Bolhão é um pedaço do Porto. O mercado do Bolhão é um documento histórico da nossa cidade. Não deixemos destruir a nossa história.

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Viagem pelo aperfeiçoamento inconformado!

Se vivemos numa sociedade que valoriza cada vez mais o que é de consumo imediato, em que se valoriza o que é de fácil assimilação, e por isso agradável à vista, então, como nota Ana Pereira (1998), é natural que o corpo, para se enquadrar dentro desses parâmetros, se torne também, fácil de consumir e agradável à vista. Tem de ser um corpo de fácil consumo para a sociedade “Big-Brother” a que pertencemos, em que o superficial é exaltado, pois é este que exibe o nosso ser e que confere a máxima importância, sendo nele que se revelam os empreendimentos feitos em nome da juventude, da beleza. É, também, este superficial, materializado na pele, que é alvo constante de depreciações ou avaliações feitas pelos olhos dos outros, e que levam o próprio a, de novo, maior investimento no seu exterior. Esta continuidade reduz-se a um acumular de opiniões e a um constante moldar de uma aparência em mutação mediante as pressões sociais que vai sofrendo. Sob este ponto de vista, como refere ainda Ana Luísa Pereira (1998), temos um corpo que acarreta uma grande responsabilidade, a de expressar não só a individualidade de cada um, mas também um corpo que encorporize, isto é que incorpora, os valores que são ditados pela sociedade. Parece, então, que o corpo pode ser considerado, ao mesmo tempo principal meio de expressão e liberdade e lugar eminente da mais profunda censura e servidão do homem (Crespo, 1999).

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Estratégias de Aprendizagem

Qual a sua importância?
Estratégias de aprendizagem são procedimentos que os alunos adoptam ou deviam adoptar durante o seu percurso escolar para melhor adquirirem conhecimentos novos. As estratégias de aprendizagem são de extrema importância pois facilitam a aquisição e retenção de conhecimentos que se traduz em aprendizagem - um dos objectivos da escola.
Como adquirem os alunos estratégias de aprendizagem?
A maior parte das vezes, por si sós, não as adquirem. Fazem trabalhos de casa, lêem os conteúdos de cada disciplina, por vezes fazem resumos e é tudo o que sabem fazer. Não aplicam estratégias adequadas aos conteúdos das diferentes disciplinas.
Tendo em conta as características do aluno de hoje, cada vez me convenço mais de que é uma tarefa do professor auxiliar os alunos na aquisição dessas estratégias. É tão importante ensinar conteúdos como a forma de os aprender. Senão, qual o interesse em ensinar se o aluno não capta a mensagem?

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Ser professor…

Tempos difíceis nesta viagem.
Horas amargas, de tristeza… desilusão.
Tantos anos de dedicação,
Tantos anos de atenção,
Tantos anos de colaboração,
E agora, a desvalorização…
Insucesso, abandono: a estatística,
a grande preocupação!
A planificação, a estratégia, o apoio,
Tudo está em avaliação.
A monotorização e a burocratização
Isso está em ebulição.
E o aluno?
E a aprendizagem?
E o cidadão?
Isso fica … para outra ocasião?
Não.
Ser professor…
Olhar, ouvir, escutar, aconselhar, orientar, ensinar,
Ser professor…
Sempre.

William Turner, National Gallery

Viagem

Aparelhei o barco da ilusão
E reforcei a fé de marinheiro.
Era longe o meu sonho, e traiçoeiro
O mar...
(Só nos é concedida
Esta vida
Que temos;
E é nela que é preciso
Procurar
O velho paraíso
Que perdemos).
Prestes, larguei a vela
E disse adeus ao cais, à paz tolhida.
Desmedida,
A revolta imensidão
Transforma dia a dia a embarcação
Numa errante e alada sepultura...
Mas corto as ondas sem desanimar.
Em qualquer aventura,
O que importa é partir, não é chegar."




Miguel Torga - 1962