domingo, 24 de fevereiro de 2008

Viagem pelo aperfeiçoamento inconformado!

Se vivemos numa sociedade que valoriza cada vez mais o que é de consumo imediato, em que se valoriza o que é de fácil assimilação, e por isso agradável à vista, então, como nota Ana Pereira (1998), é natural que o corpo, para se enquadrar dentro desses parâmetros, se torne também, fácil de consumir e agradável à vista. Tem de ser um corpo de fácil consumo para a sociedade “Big-Brother” a que pertencemos, em que o superficial é exaltado, pois é este que exibe o nosso ser e que confere a máxima importância, sendo nele que se revelam os empreendimentos feitos em nome da juventude, da beleza. É, também, este superficial, materializado na pele, que é alvo constante de depreciações ou avaliações feitas pelos olhos dos outros, e que levam o próprio a, de novo, maior investimento no seu exterior. Esta continuidade reduz-se a um acumular de opiniões e a um constante moldar de uma aparência em mutação mediante as pressões sociais que vai sofrendo. Sob este ponto de vista, como refere ainda Ana Luísa Pereira (1998), temos um corpo que acarreta uma grande responsabilidade, a de expressar não só a individualidade de cada um, mas também um corpo que encorporize, isto é que incorpora, os valores que são ditados pela sociedade. Parece, então, que o corpo pode ser considerado, ao mesmo tempo principal meio de expressão e liberdade e lugar eminente da mais profunda censura e servidão do homem (Crespo, 1999).

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